Detalhes, assim mesmo, no plural, talvez seja a palavra-chave para andar e quebrar as esquinas dos poemas de Tiago Moralles. Não necessariamente os detalhes de uma descrição, os pormenores de um objeto, as minudências de um evento ou imagem. Antes os detalhes que na verdade são gritantes e, no afã, o olhar torna opacos ou apenas ignora.
Os versos de Tiago brincam com o signo da prosa: dizem o que poderia ser dito em frases, parágrafos – com a diferença de que, enquanto parecem sugerir o todo, o encadeamento de uma reflexão, a completude de uma cena, levam os leitores a vislumbrar a parte mais ínfima. As partes. A cidade, espécie de personagem poético, talvez seja menor do que acreditamos.